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Foto do escritorJimmy

A Economia da Ansiedade

Preciso começar esse texto agradecendo e compartilhando a minha felicidade em falar sobre a Ansiedade. Se eu puder contribuir, ainda que da maneira mais singela possível, para o melhor entendimento e diminuição da ansiedade nas nossas vidas, o meu coração já estará transbordando de alegria.


Tenho estudado sobre o tema e, como bom ansioso, tentado entender rapidamente o máximo possível sobre como a ansiedade nos afeta e porque vivemos em uma sociedade ainda mais ansiosa a cada dia. Nessa jornada, eu esbarrei com um tema que até então desconhecia, a chamada Economia da Ansiedade.


Basicamente consiste em todo o universo de produtos e serviços que prometem nos ajudar a vencer a ansiedade.


Isso inclui cursos, técnicas de yoga, meditação, óleos essenciais e por aí vai. Diversas empresas que encontraram o seu mercado no transtorno de ansiedade, essa doença que já afeta 18 milhões de brasileiros, segundo a OMS, e coloca o Brasil na posição de país mais ansioso do mundo.


nota de dólar com zoom no rosto do benjamin franklin

Junto com a Economia da Ansiedade também temos toda a dinâmica estratégica de algumas marcas que aproveitam as brechas emocionais deixadas pela ansiedade, e outros transtornos, para induzir o consumo. São ações comerciais que chamam a nossa atenção sobre a exclusividade ou breve disponibilidade daquilo que está sendo ofertado.


Estímulos que nos fazem correr feito loucos para conquistar as coisas e sentir que estamos “em dia com o mundo”.


O mesmo acontece nas redes sociais, seguimos inúmeros perfis que nos apresentam vidas perfeitas e contempladas inteiramente pela felicidade. Carros super potentes, viagens épicas e corpos perfeitos. A partir daí começamos a comparar os bastidores da nossa vida, cheios de altos e baixos como em qualquer vida normal, com os dias incríveis de pessoas que nem parecem humanas de tão perfeitas que são.



Todo esse movimento vem dando origem à FOMO, sigla para fear of missing out, uma síndrome ou ansiedade social caracterizada pelo “medo de ficar de fora” das coisas que acontecem no mundo ou mesmo da vida dos nossos amigos próximos. Sim, há relatos de pessoas que sentem receio de perder fatos importantes da sua rede de relacionamento ao se afastarem das redes sociais. Querendo ou não o nosso convívio foi intensificado por elas e acabamos sabendo de muitas coisas por lá. Inclusive, atualmente já existe um movimento contrário à FOMO, chamado JOMO, sigla para joy of missing out, que seria a decisão consciente de ficar de fora de algumas coisas com o objetivo de preservar a saúde mental.


Grande parte das informações que trouxe até aqui são estudos feitos pré-pandemia, o que podemos imaginar sobre o estado da nossa saúde mental com tudo que tem acontecido no mundo? Nós estamos ainda mais doentes.


Agora, o que eu quero trazer aqui é uma nova visão sobre tudo isso. Lendo sobre o assunto eu vejo a criação de um “nós contra eles”, quem sofre com tudo isso (eu incluso) versus todas as marcas que se aproveitam de brechas emocionais, redes sociais e demais agentes catalisadores de ansiedade.


Eu tenho uma inquietude (talvez isso faça parte do meu pack de ansiedade) por entender, diante da vida, o que eu posso fazer para que algo mude. Sinceramente eu não vejo futuro em ficar criticando coisas cujas decisões estão na mão de outras pessoas. Só podemos fazer algo quando assumimos alguma responsabilidade para isso. Sem ansiedade aqui, falo sobre a decisão para que algo seja diferente.


Ficar criticando marcas ou dizendo que as redes sociais são as vilãs, na minha concepção, não vai mudar a regra do jogo. Todo o mercado funciona a partir do comportamento das pessoas, principalmente os comportamentos em massa. Então, se todos esses artifícios para estimular o nosso consumo, ou para nos vender pílulas milagrosas para curar a ansiedade, ou para fazer com que fiquemos consumindo um feed infinito de posts, só funciona porque nós permitimos que seja assim.


O que eu e você podemos fazer sobre a ansiedade? Essa é a pergunta.


Acredito no fortalecimento pessoal, nós precisamos aprender a nos transformar mais rapidamente. Buscar um caminho para conquistar uma estrutura emocional mais preparada para lidar com as circunstâncias e entender melhor a si mesmo através do autoconhecimento são chaves para isso.


Definitivamente não adianta se esconder do mundo para se livrar da ansiedade, sim eu já tentei fazer isso, tudo vai continuar acontecendo independentemente da nossa presença. Há momentos em que nós precisamos ficar mais no nosso mundo, encontrar um silêncio interior para colocar as ideias em ordem, mas esse refúgio não funciona para sempre. Ficar gritando algo contra tudo que estimula a ansiedade também não.


O caminho que eu proponho, e que estou desafiado a transformar em mim mesmo, é o do fortalecimento emocional. Quanto mais alto o nosso nível de autoconhecimento, equilíbrio diante da vida, menos seremos atingidos por tudo que é fator gerador de ansiedade.


Vamos mudar algo pequeno em nós e isso mudará algo grande em tudo.

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