É importante ressaltar que esses sintomas do transtorno de ansiedade podem aparecer e desaparecer com certa frequência – o que é normal. Porém, quando eles persistem por mais de 6 meses, então, é hora de procurar ajuda.
Por isso, calma, respire fundo e não entre em paranóia. Não é porque você tem prova amanhã e está “tremendo na base” que o transtorno desencadeou.
Cuidar dos pensamentos é um dos primeiros passos.
Vamos falar novamente – o problema não é o ocasional, é quando vira rotineiro e você não consegue mais ter uma vida dita normal. É quando impede que você desenvolva as suas habilidades – pessoais, profissionais, sociais – de forma equilibrada.
Então, vamos aos sintomas do transtorno de ansiedade:
Respiração ofegante:
Sabe quando você corre e há um descompasso na sua respiração? Pois bem, essa é a respiração ofegante – ou seja, curta e acelerada. Só que no caso aqui descrito, você não está em uma maratona, mas, sim, correndo contra você mesmo. E, ao invés de respirar pausadamente, você inala mais do que exala, levando a uma respiração rápida e superficial.
Falta de ar:
O próprio nome já diz – dificuldade de respirar mais a sensação de que não existe ar ao seu redor. Claro que isso se intensifica pelo medo que se instala e domina você.
Taquicardia:
Para você ter uma ideia, o coração de um ser humano adulto, quando em repouso, bate em média de 60 a 100 vezes por minuto. Quando ultrapassa o limite de 100 é sinal de que o ritmo cardíaco sofreu um descompasso, ou seja, a pessoa está com taquicardia. Esse problema pode ser tanto em função do Transtorno de Ansiedade, quanto uma doença.
Dores no peito:
A pessoa que está com Transtorno de Ansiedade, geralmente, associa essa dor a um infarto, por isso a sensação de morte que acomete o(a) ansioso(a). No entanto, é importante lembrar que dores no peito também estão associadas a: excesso de gases, problemas respiratórios ou fadiga muscular.
Fala acelerada:
É um descompasso entre o que o(a) ansioso(a) pensa e o que consegue verbalizar. O raciocínio não encontra uma sequência lógica e acaba comprometendo o discurso. Além disso, o nervosismo e a tensão em relação aos sintomas também interferem no momento de externalizar o que está sentindo.
Sensação de tremor:
A ansiedade nada mais é do que preparar o corpo para algo ou algum perigo que irá acontecer (muitas vezes no imaginário). Essa preparação para agir acaba desencadeando tremores ou espasmos em nosso organismo, principalmente nas mãos e nas pernas. Esses tremores são chamados de psicogênicos, pois relacionam-se a transtornos psíquicos.
Roer as unhas:
Assim como comer compulsivamente, roer as unhas é um sintoma emocional para descarregar a tensão interna.
Agitação de pernas e braços:
O(a) ansioso(a) não consegue ficar parado. É um tique nervoso que ele(a) faz quase que involuntariamente.
Tensão muscular:
A ansiedade, como forma de resposta a algo terrível que está para acontecer, acaba tensionando os músculos do nosso corpo pelo estresse causado em função dos pensamentos desordenados. Ou seja, a pessoa ansiosa envia mensagens, derivadas do medo e dos sentimentos negativos, ao cérebro que responde na mesma proporção.
Enjoo e vômitos:
Esses são sintomas físicos muito frequentes na vida do(a) ansioso(a). Mas por que isso acontece? Porque o cérebro entende que é preciso preparar o corpo para responder às ameaças que a pessoa acredita ser real e, com isso, libera neurotransmissores para dar aquele “sacolejo” no organismo. Acontece que esse “se liga” no corpo é tão intenso que gera os enjoos e a vontade de vomitar. Mas não só isso. Esses neurotransmissores podem gerar, ainda, diarreia, constipação, má digestão.
Tontura:
A sensação de que o mundo está girando, ou desmaio ou perda de equilíbrio são sintomas físicos, mas também emocionais.
Irritabilidade:
A pessoa ansiosa perde a paciência com frequência e fica irritada por qualquer coisa, por não ver as coisas acontecerem na mesma velocidade de que ocorre na sua própria cabeça.
Preocupação excessiva:
Viver com a cabeça no futuro, pensando nas infinitas possibilidades, criando cenários, inventando situações - ele(a) sofre antecipadamente com tudo isso, por acreditar que há motivos para se preocupar. Por isso, vive em constante estado de nervosismo.
Falta de concentração:
Por viver com preocupações excessivas e, muitas vezes, desnecessárias, não consegue focar naquilo que é real e essencial. A mente vive em constante estado de ebulição.
Pensamentos obsessivos e repetidos:
Incapacidade de ter controle sobre os seus pensamentos e imagens mentais. Eles se repetem como em um looping, causando estresse na pessoa. Alguns estudos indicam que é uma disfunção neurológica que faz com que esses pensamentos obedeçam a um ciclo repetitivo.
Sono irregular:
Ah, as noites mal dormidas! Os(as) ansiosos(as) não conseguem parar de pensar sobre os afazeres e problemas do dia e isso acaba interferindo na hora de dormir, gerando dificuldades e insônia.
Medos sem fundamento:
Medo de não dar conta dos afazeres diários, medo de ficar sozinho, medo de não ser aceito pelo grupo social, medo de falhar, medo de errar, medo de perder alguém ou alguma coisa, medo de sair a noite, medo de acidentes, medo de falar em público, medo do julgamento alheio... e por aí vai! Todos esses medos acabam prejudicando a vida do(a) ansioso(a) como um todo.
Ver perigo em tudo e em todos os lugares:
Um simples sair na rua pode ser motivo de: acidente, assalto, cair, se machucar. Andar de avião nem pensar porque pode cair, bem como andar de barco porque pode afundar. Sair sozinho(a) à noite? Nem pensar. Rua vazia? Nem passa perto. Até a própria sombra assusta.
Apetite desregulado:
É na comida que os(as) ansiosos(as) encontram a solução para os seus problemas emocionais. De forma rápida, eles(as) devoram doces e salgados sem nem ao mesmo pensar no que estão ingerindo. Aliás, nem sentem o gosto da comida, pois engolem tudo de forma compulsória.
Não sente pertencente ao ambiente em que vive:
Acreditam que sempre estão no lugar errado e ficam com medo de estarem perdendo algo no suposto lugar que deveriam estar. Não estabelecem um vínculo por não se identificarem com o ambiente onde estão inseridos, vivendo sempre em uma busca constante do seu lugar no mundo.
Mas a lista não para por aqui – ainda podemos citar: enxaquecas, boca seca, hipersensibilidade, sensação de que vai perder o controle, dormência nos braços, suor frio, despersonalização, aumento da pressão arterial, etc.
De acordo com o psicólogo Massashi Saito:
“É importante entender que ansiedade não é algo tão ruim. Ou seja, uma pessoa pode se sentir ansiosa quando acha que existe um risco futuro ou uma ameaça. No entanto, o problema é quando você perde o controle e a duração desse sentimento bem como não ter o controle daquilo que é real.”
É importante ressaltar que, apesar de muitos sintomas serem comuns, cada pessoa experimenta a ansiedade de forma única. Nem todas as pessoas têm os mesmos sintomas.
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